A Amputação pode ocorrer de duas formas: a amputação traumática, sendo a retirada de forma acidental de uma ou mais partes do corpo decorrente de acidentes de trânsito, acidente com armas de fogo, acidentes de trabalho entre outros, e o outro tipo de amputação seria a amputação cirúrgica, decorrente de problemas vasculares, Diabetes , entre outros, onde em muitos casos a amputação é pré- agendada e o paciente já sabe que ocorrerá a cirurgia de retirada do membro. Mas independente da situação, uma amputação traz diversos pensamentos conflitantes, sentimentos de medo da morte, incertezas de como será o futuro. E como aceitar a amputação?
Trouxemos a visão de dois especialistas, Dr. Alexandre do Prado Franco, Psicólogo e a Professora Me. Márcia dos Santos Sermarini, Psicóloga Esportiva do Programa Atleta Cidadão da cidade de São José dos Campos – SP.
Como ajudar uma pessoa Amputada?
Em um acidente que haja amputação, além das dores físicas, também ocorrem as dores psicológicas.
O processo é longo diante da dificuldade de aceitação das consequências causadas pelo acidente, como as relacionadas à redução de mobilidade e locomoção, juntamente com as cobranças internas (“porque eu fui fazer isso ou porque não fiquei em casa, entre outras palavras ditas no sentido de arrependimento“).
Se isso já não bastasse, ainda existe a dor psicológica, misturando a perda do membro, não existente, conhecida como Síndrome do Membro Fantasma.
É uma dor comum de acontecer, pois o cérebro não teve tempo de se desligar da parte amputada do corpo, fazendo com que o sofrimento persista até que o paciente amputado passe pelo processo de elaboração no contexto psicológico, onde é feito um condicionamento psíquico, entre outros cuidados para que o mesmo consiga lidar melhor com essa nova realidade. Esse trabalho tem eficácia a partir da parceria com o fisioterapeuta, o médico e as clínicas especializadas em prótese humana, para que o paciente possa fazer o seu dia a dia como antes.
Por: Dr. Alexandre do Prado Franco, Psicólogo, com pós-graduação em Arteterapia, proprietário da clínica Ark´tetura Humana.
Site: https://arkteturahumana.com.br/
Instagram: @arkteturahumana
Amputei, e agora?
Provavelmente, isso deve passar na mente de muitas pessoas que passam pela amputação…
A vida é uma escola!!! Bem-vindo a um novo aprendizado!!! Sua nova vida está começando agora…o que você vai fazer? Não sei…Há uma vida nova cheia de possibilidades…
Sabe o que é mais “maluco” é que nem eu e nem você, sabemos sobre nossos limites, nossas potencialidades… uma coisa é certa, o nosso futuro (meu e seu) vai depender da forma como vemos o mundo. Eu sei, … há momentos, que as coisas se complicam, que a gente pensa…não vai dar, cheguei no meu limite…, mas, com certeza se tivermos um “olhar mais inquieto” a gente percebe que tem “umas coisinhas” que ainda dá para fazer…tipo, ir lá fora tomar um solzinho, ver que a vida continua, que cada uma daquelas pessoas que nós vemos, também estão com “suas briguinhas internas”, que todos estão vivenciando “grandes aprendizados” na escola da vida.
Aí você pensa: o que será que eu posso fazer? Será que alguém vai me admirar pelos meus êxitos? Eu ainda tenho habilidades… ah!!! Sei lá… as pessoas pedem para eu reagir…, mas eu tenho medo de não conseguir.
A vida vai passando … as coisas vão voltando “ao normal”, a amputação deixou de ser novidade … sendo assim … acho melhor você “dar linha na sua pipa” … “tá na hora de voar!!!”. Que tal praticar um esporte … tem tanta gente fazendo isso (e olha que tem gente se dando bem … tem até artistas, por aí, superando suas dificuldades…).
Vou te falar … tem gente sem perna, sem braço, nadando, pedalando, correndo …. tem de tudo!!! Pergunta pra essa gente, se eles querem desistir? Ficam ofendidos (lógico!!!) … porque sabem o quanto isso foi libertador, o quanto o esporte os salvou da depressão, da ideia de suicídio, da solidão … O esporte deu uma nova perspectiva de vida, trouxe o respeito das pessoas à sua volta. Veja bem, … não estou falando de atleta paralímpico, estou me referindo a pessoas como eu e você. Acredite!!! O sofrimento bate em todas as portas! … mas o que fazemos com ele, é uma opção nossa. Posso usar “esse sofrimento” como a causa da minha “desgraça” ou do meu “sucesso”. Pense nisso!!! Bora viver a vida!!!
Por: Professora Me. Márcia dos Santos Sermarini, Psicóloga Esportiva do Programa Atleta Cidadão da cidade de São José dos Campos – SP.
Instagram: @marciasermarini
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E se você quer entender quais são as fases que todo amputado irá enfrentar, temos um outro artigo aqui em nosso blog. Clique aqui