Em agosto de 2022, a Bionicenter apresentou o seu primeiro paciente com Osseointegração/Osteointegração e um dos primeiros do Brasil. A Osseointegração feita com a Haste Endo-Exo Osteomed é um implante desenvolvido para proporcionar melhor qualidade de vida a pacientes com amputação transfemoral. Mas quais são os benefícios da Osseointegração/Osteointegração para amputados transfemorais?
No mês de setembro de 2022, o Dr. Anderson Nolé, Diretor, Fisioterapeuta e Técnico em Próteses da Bionicenter realizou uma live com Dr. Sylvio Sargentini , explicando mais sobre o assunto. Você pode conferir no vídeo abaixo.
E para que você possa ficar ainda mais por dentro deste assunto, trazemos dados de uma pesquisa realizada na Europa e Austrália, onde esse procedimento de Osteointegração/Osseointegração já é realizado há mais de uma década.
Caso queira saber mais sobre a Osteointegração/Osseointegração, acesse nosso artigo sobre o tema.
Resultados da Osseointegração/Osteointegração em outros países
O procedimento de Osseointegração/Osteointegração está disponível há mais de uma década na Europa e Austrália, tempo considerável para que os pesquisadores pudessem tirar conclusões significativas sobre os benefícios das próteses ancoradas no osso.
E alguns artigos que foram publicados evidenciam as promessas da Osseointegração: melhorar a mobilidade, a estabilidade e a propriocepção, ao mesmo tempo em que elimina os desafios que acompanham os soquetes (encaixe).
Vale lembrar, que as pesquisas realizadas na Europa e Austrália estão longe de ser definitivas, pois as populações de pacientes sob estudo chegam às dezenas, sendo uma amostra relativamente estreita. Entretanto, esses estudos são os mais abrangentes que temos até o momento, avaliando um número maior de receptores de OI em um período de tempo mais longo.
Tendo as observações acima em mente, vamos às descobertas.
Satisfação e benefícios da Osseointegração/Osteointegração
As estatísticas sobre a Osseointegração/Osteointegração aparecem em um artigo publicado no European Journal of Trauma and Emergency Surgery No estudo, 76% dos amputados acima do joelho (transfemoral), disseram que estavam muito satisfeitos com sua prótese em comparação com apenas 11% dos amputados que usavam encaixes. Além disso, neste estudo, amputados transfemorais tratados com próteses osseointegrada apresentaram pontuações significativamente mais altas para mobilidade e satisfação.
Pesquisadores da Hannover Medical School, em Hannover, Alemanha, entrevistaram 139 pacientes, avaliando uma série de fatores, desde mobilidade, ansiedade/depressão, marcadores gerais de saúde e qualidade de vida geral. Os participantes variavam de dois a quatro anos após a cirurgia de Osseointegração.
Os pacientes entrevistados pelos pesquisadores da Hannover Medical School, obtiveram uma pontuação média de quase 90 (em uma escala de 0 a 100), cerca de 30 pontos a mais do que a pontuação de amputados que usam soquetes. Uma propagação semelhante apareceu em respostas a outra pesquisa que os pesquisadores usaram, o Questionário para Pessoas com Amputação Transfemoral (Q-TFA). Os pacientes com OI obtiveram uma pontuação média de qualidade de vida de quase 80 (em uma escala de 0 a 100), cerca de 30 pontos a mais do que a média dos amputados que usam soquetes.
Os resultados acima, demonstram o alto potencial na reabilitação de pacientes com amputação transfemoral no que diz respeito à qualidade de vida.
As recompensas da Osseointegração/Osteointegração não vem sem riscos
Um dos cirurgiões de Osseointegração mais experientes do mundo é Munjed al Muderis, de Sydney, Austrália. Ele desenvolveu uma técnica chamada Press-Fit, um sistema de ancoragem óssea alternativo com um horizonte de recuperação/reabilitação mais curto.
Na conferência anual da British Limb Reconstruction Society, al Muderis apresentou o resultado de 93 pacientes utilizando o sistema Press-Fit de Osseointegração. Com um tempo médio de acompanhamento de 6,5 anos após a cirurgia, esses pacientes estão entre os amputados de OI mais antigos e, portanto, fornecem resultados de médio prazo.
No geral, desses 93 pacientes, 19 precisaram de cirurgias de revisão para corrigir fraturas e outras complicações, 43 precisaram tratar infecções e outros problemas de pele e feridas.
“Após cinco anos da cirurgia, a osseointegração continua a proporcionar aos amputados melhorias na função e na qualidade de vida que antes eram inatingíveis com a prótese de encaixe”, conclui o artigo. “No entanto, os benefícios são acompanhados de um risco relativamente alto de eventos adversos”.
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Referências:
https://livingwithamplitude.com/amputee-osseointegration-studies-statistics-data/
https://online.boneandjoint.org.uk/doi/abs/10.1302/1358-992X.2022.5.008