Dia 14 de novembro é o Dia Mundial da Diabetes. Uma campanha com foco na conscientização da diabetes mellitus.
O Dia Mundial da Diabetes é comemorado na data de aniversário do co-descobridor da insulina, Sir Frederick Banting.
Nos últimos 10 anos, o Brasil teve um aumento no número de pacientes com diabetes, saltando para cerca de 30%, de acordo com o Atlas do Diabetes de 2021. E a explicação dos especialistas para este aumento está ligada aos hábitos de vida como sedentarismo, sobrepeso, alimentação inadequada. O diabetes do tipo 2, está ligado a todos esses fatores citados anteriormente.
“Com uma dieta baseada em alimentos industrializados, lanches rápidos e bebidas açucaradas, vem uma segunda onda que é a do diabetes. E essa onda já chegou”, alerta o dr. André Vianna, endocrinologista especializado em diabetes.
E junto com a diabetes vem as complicações. Só em 2022, mais da metade das amputações ocorridas em pés e pernas no Brasil, aconteceram em decorrência da diabetes. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a média foi de três amputações a cada hora.
Neste texto, vamos entender o que é o pé diabético, como a diabetes afeta a circulação podendo levar a amputação, como evitar complicações e como se prevenir. Vamos lá!
O que é o Pé Diabético?
O Pé Diabético é consequência de duas outras doenças:
- Doença arterial periférica (DAP) – ocorre por conta da obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam as extremidades do corpo, como perna e demais membros inferiores. O descontrole da diabetes favorece que a obstrução aconteça. O sangue não chega de maneira significativa a essas partes do corpo, ou os vasos entopem por completo e não chega nada de sangue”, explica o endocrinologista.
- Neuropatia diabética – A neuropatia diabética é uma complicação do diabetes que afeta os nervos do corpo, principalmente os das pernas e dos pés. Ela ocorre devido aos altos níveis de açúcar no sangue, que danificam os nervos ao longo do tempo. Os sintomas incluem dor, formigamento, perda de sensibilidade e fraqueza nos membros afetados, o que pode aumentar o risco de lesões e infecções.
Como a Diabetes afeta a circulação e pode levar a amputação
A diabetes é uma condição crônica que afeta o corpo de várias maneiras, e uma das complicações mais graves é o impacto na circulação sanguínea, especialmente nas extremidades, como os pés e as pernas. Este problema de circulação em diabéticos está associado a dois principais fatores: danos aos vasos sanguíneos e aos nervos periféricos.
Os altos níveis de glicose no sangue causam danos aos vasos sanguíneos ao longo do tempo, tornando-os mais rígidos e favorecendo o acúmulo de placas de gordura nas paredes arteriais, o que estreita e endurece os vasos. Esse processo é conhecido como aterosclerose, e, quando ocorre nas pernas, é chamado de Doença Arterial Periférica (DAP). A DAP em diabéticos reduz significativamente o fluxo sanguíneo para os pés e pernas, dificultando a entrega de oxigênio e nutrientes essenciais para a saúde dos tecidos.
Outro aspecto agravante da diabetes é a neuropatia diabética, que danifica os nervos periféricos e reduz a capacidade de sentir dor ou alterações de temperatura nos pés. Isso significa que pequenas lesões, cortes ou infecções podem passar despercebidos e, sem a resposta de defesa adequada do organismo, evoluem rapidamente para úlceras ou infecções mais graves. Sem o fluxo sanguíneo adequado para promover a cicatrização, essas infecções podem levar à morte dos tecidos, aumentando o risco de gangrena.
Em casos avançados, onde há infecção grave ou gangrena, pode ser necessária a amputação para evitar que a infecção se espalhe. Por isso, o controle rigoroso dos níveis de glicose, o cuidado diário com os pés e o acompanhamento médico são fundamentais para evitar complicações circulatórias em diabéticos e reduzir o risco de amputação.
Como evitar complicações com a Diabetes?
Evitar complicações decorrentes da diabetes exige um controle rigoroso e hábitos de vida saudáveis que ajudem a proteger a circulação, os nervos e os órgãos vitais. Aqui estão algumas das melhores práticas:
- Controle rigoroso da glicemia: Monitorar e manter os níveis de glicose no sangue dentro dos valores recomendados ajuda a prevenir danos nos vasos sanguíneos e nos nervos, principais responsáveis por complicações graves, como a neuropatia diabética.
- Alimentação balanceada: Uma dieta rica em fibras, vegetais, proteínas magras e com baixo índice glicêmico ajuda a controlar o açúcar no sangue, o colesterol e os triglicerídeos, prevenindo danos aos vasos sanguíneos.
- Exercício físico regular: Praticar atividades físicas melhora a circulação e a sensibilidade à insulina, ajuda a controlar o peso e reduz o risco de doenças cardíacas.
- Cuidados diários com os pés: Verificar os pés diariamente para identificar possíveis cortes, calos ou feridas que possam passar despercebidos. Manter a pele hidratada e cortar as unhas corretamente ajuda a prevenir lesões.
- Parar de fumar: O tabagismo agrava os problemas circulatórios e aumenta o risco de complicações. Parar de fumar ajuda a melhorar a circulação e reduzir o risco de amputação.
- Acompanhamento médico regular: Consultar o médico regularmente para monitorar a glicose, pressão arterial, colesterol e fazer exames de rotina ajuda a detectar e tratar complicações precocemente.
- Controle da pressão arterial e do colesterol: Manter esses índices sob controle reduz a sobrecarga nos vasos sanguíneos, diminuindo o risco de doenças cardíacas e complicações circulatórias.
Essas práticas contribuem para uma vida mais saudável e para a prevenção de complicações graves, como úlceras e amputações, comuns em pessoas com diabetes avançada.
Outras complicações
Além de problemas circulatórios e neurológicos, a diabetes pode levar a várias outras complicações sérias que afetam diferentes órgãos e sistemas do corpo. Entre as principais, estão:
- Retinopatia Diabética: O excesso de glicose danifica os vasos sanguíneos da retina, levando a problemas de visão que podem evoluir para a cegueira se não forem tratados. A retinopatia é uma das principais causas de perda de visão em adultos diabéticos.
- Nefropatia Diabética: A diabetes também afeta os rins, comprometendo sua função de filtrar o sangue. A longo prazo, isso pode causar insuficiência renal, que muitas vezes leva à necessidade de diálise ou até transplante renal.
- Doença Cardíaca e AVC: Os diabéticos têm maior risco de desenvolver doenças cardíacas, como infarto, e acidentes vasculares cerebrais (AVC), devido ao estreitamento e endurecimento das artérias. Pressão arterial elevada e níveis de colesterol descontrolados são fatores que aumentam esses riscos.
- Neuropatia Autonômica: Esse tipo de neuropatia afeta os nervos que controlam funções involuntárias, como a digestão, pressão arterial e frequência cardíaca. Isso pode causar problemas como dificuldade de digestão, tontura ao se levantar e disfunções na bexiga.
- Doenças Periodontais: A diabetes mal controlada aumenta o risco de infecções nas gengivas e perda óssea ao redor dos dentes, levando a doenças periodontais e perda dentária.
- Disfunção Erétil: Em homens, o comprometimento dos nervos e a má circulação sanguínea podem levar à disfunção erétil. Esse problema é mais comum em diabéticos com histórico de glicose elevada e pressão alta.
- Problemas de Pele: Diabéticos são mais propensos a infecções fúngicas, bacterianas e a problemas de cicatrização na pele. Além disso, a pele seca e a coceira são comuns devido à má circulação e à neuropatia.
- Complicações durante a Gravidez: Mulheres grávidas com diabetes têm maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia, parto prematuro e outros problemas que afetam a saúde da mãe e do bebê.
Controlar a diabetes é fundamental para prevenir ou retardar essas complicações, o que inclui monitorar os níveis de glicose, manter uma alimentação balanceada, praticar exercícios e fazer o acompanhamento médico adequado.
Diabetes e a prevenção
A prevenção da diabetes, especialmente do tipo 2, é possível e envolve mudanças de estilo de vida que ajudam a reduzir os fatores de risco e manter a glicose sob controle. Aqui estão algumas das principais estratégias preventivas:
- Alimentação Saudável: Priorizar uma dieta rica em fibras, grãos integrais, vegetais, frutas, proteínas magras e gorduras saudáveis. Evitar alimentos ricos em açúcares e carboidratos refinados ajuda a estabilizar os níveis de glicose e a manter um peso saudável.
- Manutenção do Peso Ideal: O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Perder até mesmo uma pequena porcentagem do peso corporal pode melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir o risco de desenvolver a doença.
- Exercício Físico Regular: A prática regular de atividades físicas, como caminhada, corrida, musculação e atividades aeróbicas, ajuda a controlar a glicemia, aumenta a sensibilidade à insulina e mantém o peso sob controle.
- Controle do Estresse: O estresse pode aumentar os níveis de glicose no sangue. Práticas como meditação, yoga e respiração profunda podem ajudar no controle do estresse e, consequentemente, dos níveis de glicose.
- Evitar o Tabagismo e o Álcool em Excesso: O cigarro aumenta os riscos de diabetes, doenças cardíacas e outras complicações. Consumir álcool moderadamente ou evitá-lo ajuda a proteger os órgãos e a reduzir os níveis de açúcar no sangue.
- Sono de Qualidade: Dormir adequadamente e manter um horário regular de sono ajuda no controle hormonal e na sensibilidade à insulina, ambos importantes na prevenção da diabetes.
- Acompanhamento Médico Regular: Para aqueles que possuem fatores de risco, como histórico familiar de diabetes, é importante monitorar regularmente os níveis de glicose e fazer exames de sangue para detecção precoce.
Essas práticas preventivas não só ajudam a reduzir o risco de desenvolver diabetes, mas também promovem uma saúde geral melhor, proporcionando mais qualidade de vida e bem-estar ao longo dos anos.
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